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quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

A CAPOTAGEM DO KG

Olá Pedro.

A foto do Karman Guia do Sérgio Cardoso capotado me trouxe a triste recordação da última corrida de Aylton, em 1967, nas Mil Milhas em que vieram os portugueses ao Brasil, com duas Lotus e um Ford Cortina.


Foto: Mecanico observando o KG PORSCHE de Aylton Varanda e Sergio Cardoso.


Sérgio pediu a Aylton que fizesse a primeira parte da corrida, porque, apesar de ser o dono do carro, não estava se sentindo muito bem e não tinha o hábito de correr à noite.

Aylton largou e logo nas primeiras voltas assumiu a terceira colocação. O primeiro pelotão, com Emerson no Fitiporsche, Camilo na Carretera nº 18 e Aylton no KG, logo começou a abrir muito dos demais dos competidores. Estava no box e fiquei preocupado com o ritmo alucinante dos três ponteiros.

Na 17ª volta Aylton não passou e logo veio a notícia do acidente na curva da ferradura. A ambulância saiu e demorou uma eternidade a retornar. Só acalmei quando o vi saindo pela porta traseira andando normalmente. Relatou que o pedal de freio estava quase solto a agarrava no assoalho do carro, então, após as curvas, tinha que abaixar para puxar o pedal. Achou que aguentaria assim até a parada para troca de pilotos e reabastecimento, mas naquela curva, ao se abaixar, o carro saiu de traseira e uma das rodas pegou num ressalto fora da pista (não havia zebra nem área de escape naquela época) levantando o carro, que capotou umas cinco vezes.

Outro fato pitoresco é que um mecânico, possivelmente o mesmo que aparece na foto, teve que ser deslocado do box e ficar até o final da corrida vigiando o carro, para evitar que roubassem suas peças.

No final da corrida vi o Ford Cortina dos portugueses, que também havia ficado pela pista, chegar rebocado aos boxes com o condutor sentado num caixote, pois até os bancos haviam sido roubados!



Abraços,

JAV

4 comentários:

Antonio Seabra disse...

Muito boa a estoria do JAV ! Isso é que é interessante, gente que viveu lá e que conte os seus "causos".

Imagina como eram de outra estirpe os pilotos daquele tempo, e tambem como eram precarias as coisas: um dos melhores carros que tinhamos , o KG Porsche, com o aceleradoer travando, e um piloto que continua na prova abaixando pra destravar ele...Hoje por muito menos o cara para no boxe e dá um xilique pra cima do preparador !!!!

Antonio

Sidney Cardoso disse...

JAV
Desculpe a demora no papo, andei ocupado esses dias ficando fora da internet.

Pois é rapaz, você foi narrando e as imagens retornaram à minha mente como se fossem hoje. Foi exatamente assim como você tão bem descreveu.

Quem está na foto tomando conta do Karmann-Ghia é o Joaquim, na época ele era o motorista da Kombi que puxava a carreta, também chegaram a levar algumas peças do Karmann-Ghia.

Se lembra do tijolo que jogaram, de madrugada, no pára-brisa da Alfinha, estilhaçando-o quando o Wilson Marques Ferreira estava correndo?

Lembro-me que seu pai andava muito em Interlagos.

Me esqueci é de quantos anos você tinha naquela época, dá pra falar?

Abração

javaranda disse...

Pois é Sidney, naquela corrida muitas coisas 'estranhas' aconteceram, como as pedras jogadas nos carros.
Tinha 14 anos à época, mas já acompanhava as corridas há um bom tempo.
Certa vez seu irmão me chamou prá dar umas voltas com ele, de Alfa, no autódromo do Rio. Foi uma das melhores experiências da minha vida. Só que depois quase apanhei do velho!
Forte abraço

javaranda disse...

Pois é Sidney, naquela corrida muitas coisas 'estranhas' aconteceram, como as pedras jogadas nos carros.
Tinha 14 anos à época, mas já acompanhava as corridas há um bom tempo.
Certa vez seu irmão me chamou prá dar umas voltas com ele, de Alfa, no autódromo do Rio. Foi uma das melhores experiências da minha vida. Só que depois quase apanhei do velho!
Forte abraço