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sábado, 3 de julho de 2010

ADEUS LUIGI CIAI

Amigos, com muita tristeza, repasso a informação enviada pelo Nelson Cintra, um dos grandes amigos do Luigi Ciai.

CAROS AMIGOS
Venho comunicar o falecimento de
LUIGI CIAI, grande preparador e piloto
no Rio. Seu corpo sera cremado no dia 5 , no Caju.

Nelson Cintra
História de vida de  Luigi Ciai.


 Luigi Ciai, nasce na Itália , em Roma ,em 18 de outubro de 1922, filho de Remo Ciai e Emma Alegreti .
A paixão pelas motos veio no sangue, seu pai em 1919 também corria de moto,com uma PM Panter, 500 cc  junto ao seu irmão, Enrico Ciai .
Luigi, Luigino, como era chamado pela família, depois de fazer os anos de  escola, aos 16 anos no Instituto Carlo Grella, se forma em perito mecânico. Começa a trabalhar com o pai na oficina da família, que consertava motos e carros.
Aos 17 anos ,em 1942, serve o exército em plena segunda guerra mundial, destinado para setor da milícia da estrada, departamento que fazia a escolta de motocicletas para o estadista, Benito Mussolini .
Em 1945, depois dos percalços da guerra, Ciai começa a sua vida de corredor de motocicletas. Faz sua estreia com uma benelli de rua, preparada pelo seu pai, Remo, e vence no circuito de Riccione/Adriático/ e Tortoreto de Abruzzo.
 Em 1947, vence o 1º prêmio Nacional e Internacional de Motociclismo, na cidade de Torino.
 Depois de vários prêmios conquistados , em 1947 , Luigi Ciai, é convidado pela fábrica da Benelli , para competir com uma moto preparada por eles. Aí começa a famosa parceria Benelli – Ciai .
Ciai  usava o número de inscrição 63 e este lhe dava muita sorte.
Segue correndo pela Itália e também pela Europa ganhando em vários circuitos.
Em 1949, Ciai muda de equipe e corre com Parilla , outra marca muito conhecida na Itália.
Em 1955, Ciai vence mais uma importante prova, O Giro de Itália, uma prova que acontecia em circuito de rua, rodando por várias cidades italianas.
Essa, subiu as montanhas de Dolomite, no Norte da Itália. 
Nesse ano de 1955 , Ciai encerra a sua carreira de corredor na Itália.
Em 1958, Ciai, fascinado pela aventura, decide mudar de vida e  vem para o Brasil. Trajando um belo terno italiano , chega ao Rio de janeiro, num vôo da Pan Air do Brasil,. Sem falar nada do nosso português , aprende suas primeiras palavras:  Guaraná ( o refrigerante ) e Continental ( antiga marca de cigarros).
No mesmo ano, abre sua primeira oficina na cidade, na rua Paraíba , 9 .
Lá ele se dedicava ao conserto das Lambretas , a febre do momento.
Com saudades das pistas, em 58, participou com uma Lambreta, da corrida Rio – Belo Horizonte, onde ganhou e recebeu das mãos do então presidente ,Juscelino Kubitschek, a quantia de 100 mil cruzeiros.
Em 1968 , Ciai firma parceria com a Marca de motos  Italiana , Iso , modelo 150cc. Começa a fazer modificações no motor e na carenagem dianteira , adaptando a moto para as corridas nas pistas Brasilieras.
Com essa moto, Ciai vence a prova de 6 horas em Interlagos.
Em 1966 , Ciai , abre mais uma oficina própria carioca, agora na rua Afonso Pena, na tijuca . Lá ele se dedicava as berlinetas Willys .
Como bom apaixonado por carros , Ciai, em 1968, vai além das pistas e cria uma carro, um fórmula V .
Com chassis e carroceria fabricado para as corridas . O piloto era Nilton Alves  e vence a prova na pista de Jacarepaguá. 
Em 1668, Ciai se transfere para a Lapa, e começa a sua história com a marca italiana Alfa Romeu.
Ciai nessa época fica sendo uma referência na mecânica dessas máquinas, atendendo até ao consul da Itália no Brasil.
Em 1968,  Ciai deixa a vida de solteiro. Se casa com a amazonese, Beth, sua esposa até hoje, que ele conheceu em  uma festa na embaixada da Itália.
Em 1969, nasce sua única filha, Beatrice , hoje com 39 anos.
Voltando aos motores, em 1970, Ciai, agora na firma  Vittori , oficina de luxo na época , servia  vários artistas  com seus carros importados. Dentre eles, Jô Soares, Juca Chaves e seu famoso Jaguar, Ivon Cury , entre outros.
Em 1980 Ciai volta para a adrenalina das pistas , não mais como piloto mas como preparador técnico.
Na frente da equipe Vittori, preparava velozes  Fiats 147,  para disputar o campeonato brasileiro da categoria. A equipe era formada pelos pilotos, Fábio Crespi, Murillo Piloto e Pedro La Roque .
Nesse campeonato estavam também os pilotos Xande Negrão, Ricardo Paternostro,Átila Sipos e Renato Conil . Eram todos muito competentes e profissionais, eram amigos reunidos pela mesma  paixão .
Em 1987 , nasce a Ciai Auto Sport, na Praça da Bandeira, especializada em carros nacionais e importados, e muito procurado também pelos donos de Ferrari da cidade. Tinha para todos os gostos, da modelo Dino dos anos 80 a uma spider moderna  do anos 2000.
Ciai era referência em problemas que ninguém podia resolver, afinal sua experiência era bem conhecida no meio. 
  Por lá ficou até 2004 , quando resolver fechar, se não fosse a filha e a mulher estaria até lá hj, Mas elas o fizeram entender que se aposentar faz bem para qualquer um .
Hoje portando muito bem seus 86 anos, continua apaixonado pelos motores e pelas corridas. Acompanha de perto os motociclistas mais novos, como Valentino Rossi  e Max Biaggi, com quem sempre se encontra e bate papo nas pistas. Não perde uma etapa da Stock Car aqui no Rio , quando encontra os amigos e lembra dos velhos tempo de pista. Muita história para lembrar!!
E ainda como bom italiano é ferrarista doente e sente muita falta do brilhante,Schumacker .
Essa é a história de uma italiano amante das motos, ferraris, motores e muita velocidade ..... recentemente foi homenagado por um museu da benelli. A moto que ele corria em 1945  está exposta no Museu Morbidelli em Pesaro, na Itália, terra da Benelli.